Minotauro fala sobre aposentadoria e responde críticas de Dana White: “ele é um cara duro”

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2014 14h10
Jovem Pan

Antônio Rodrigo Nogueira, mais conhecido apenas como Minotauro, é um dos maiores representantes das artes marciais brasileiras. Apesar disso, a maré não anda muito boa para ele – especialmente dentro do UFC. Em 2013, o lutador perdeu para Fabrício Werdum e, na disputa seguinte, em 2013, sofreu um poderoso nocaute de Roy Nelson. A série de derrotas fez com que sua carreira ficasse abalada e gerou boatos de uma suposta aposentadoria. Até mesmo o presidente da organização, Dana White, chegou a dizer que não queria mais vê-lo em seus ringues. Em entrevista ao Pânico nesta quarta-feira (28), o convidado preferiu não entrar na briga com Dana, mas confirmou que deve se aposentar no final de 2015. 

“Perdi minha luta com o Fabrício e também com o Roy. Esta última foi no UFC de Abu Dhabi. Eu tinha sofrido uma lesão no ligamento do joelho antes da luta, mas, como não treinei, não a vi. Só percebi que estava machucado quando estava lutando. Não consegui ter movimentação, e o cara é ‘pedreira’. Ele tem mão pesada. Não acho que seja vergonha perder por nocaute ou por qualquer outra coisa, mas acho que não me apresentar bem não é bom. Quando entramos para lutar, passamos pelo risco de perder, é um confronto direto. Mas não me apresentei bem e aí ficou aquele rumor de aposentadoria. Até o Dana se pronunciou. Normal, o cara é duro, não é de fazer média com os lutadores. Tanto que, independente dos resultados, ele costuma premiar os que fazem boas lutas. Quer que os esportistas se matem para fazer um bom show. Por outro lado, reclama se não vamos bem”, explicou. 

“Acho que o fim da arte marcial é quando você chega à faixa preta e não consegue passar nenhum conhecimento adiante. Eu treino desde os 4 anos, abri minha primeira academia com 16. Quando eu parar, não vai ser um fim, mas um começo. O começo de uma nova fase da minha vida. Já formei 11 campeões mundiais. Já peguei várias gordinhas e as coloquei em forma. É uma transição natural que deve acontecer comigo no fim do ano que vem”, completou em seguida. 

Com isso, Minotauro se referiu à Team Nogueira, rede de academias que comanda em parceria com seu irmão, Rogério Minotouro. Com sede no Rio de Janeiro, ela já possui quase 30 filiais, incluindo no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. 

“É um formato de escola de MMA e fitness que existia lá fora e eu trouxe. Temos lutas e exercícios funcionais, diferentes daqueles ‘pé-no-saco’ das academias tradicionais. É um trabalho muito legal, fazemos com homem, mulher, criança. Propomos outro estilo de vida. Não estamos interessados só em lutadores profissionais, apenas 8% dos matriculados procuram seguir carreira. A maioria é de pessoas comuns. Temos, por exemplo, uma senhora sedentária que começou com 56 Minotauro fala sobre aposentadoria e responde críticas de Dana White: “Eleanos de idade porque queria perder 14 quilos. Ela não conseguia nem amarrar os sapatos. Hoje, além de ter emagrecido tudo que queria, faz abdominal, deita, senta, faz flexão”, disse. 

Durante sua participação na bancada (que ainda contou com a presença da também lutadora Ana Maria Índia), Minotauro falou sobre diversos outros assuntos, entre eles os salários dos atletas do UFC, a final do The Ultimate Fighter: Brasil (TUF) e a relação que costuma ser feita pelo público leigo entre os competidores da modalidade e os gladiadores da Roma Antiga. 

“De certa forma, somos como gladiadores, sim. O MMA é um esporte extremo. Não é nem um pouco fácil. Mas temos que lembrar que são colocadas no ringue duas pessoas totalmente preparadas para aquilo. Nós treinamos um soco mil vezes ao dia, mas treinamos também as defesas mil vezes ao dia. É um esporte justo. Não tem diferença de peso nas disputas, não tem covardia. Não é violento. Violento é o cara vir com um carro de Fórmula 1 e bater no muro a uma velocidade altíssima”, afirmou.

Confira a entrevista na íntegra no áudio.

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