‘Não tem sentido a prefeitura subsidiar uma obrigação do patrão’, diz Covas sobre mudança no Bilhete Único

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2019 14h21
Jovem Pan Bruno Covas foi o convidado do Pânico nesta sexta-feira (1)

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), explicou as mudanças no sistema do Bilhete Único para quem usa vale-transporte, que passam a valer a partir desta sexta-feira (1). Ele afirmou que a medida foi para diminuir os gastos públicos com o subsídio do transporte público. “É uma obrigação da empresa com o empregado, não tem sentido a prefeitura ficar subsidiando uma obrigação do patrão”, disse em entrevista ao Pânico nesta sexta.

Covas explicou que a prefeitura de São Paulo gasta R$ 420 milhões por ano só com o subsídio de transporte para quem usa vale-transporte. “Não tem sentido a prefeitura usar dinheiro público para subsidiar obrigação do patrão. Vamos parar com esse negócio de ter lucro privado e socializar os custos”, afirmou. Ele ressaltou que a medida só afeta quem usa vale-transporte, cerca de 120 mil pessoas. “É um dinheiro que sai da saúde, da cultura, da mobilidade”, disse o prefeito, que revelou que se a prefeitura não subsidiasse o transporte público, a passagem custaria em torno de R$ 7 em vez de R$ 4,30.

Greve dos professores

Bruno Covas também falou sobre a greve de servidores municipais, insatisfeitos com a reforma da Previdência conduzida pela prefeitura. Ele disse que não consegue atender às reivindicações dos grevistas, que pedem a revogação da reforma e aumento salarial. “A pauta que eles apresentaram custa R$ 9 bilhões, é impossível atender”, explicou. O prefeito ainda afirmou que irá descontar o salário de quem está em greve. “Eu não vou tratar igual quem trabalha e quem não trabalha.”

A reforma da Previdência em São Paulo busca frear um déficit que cresce R$ 800 milhões ao ano nas contas públicas e já chegou a R$ 5 bilhões, segundo Covas. “A Previdência foi feita com a premissa que a gente tinha 10 funcionários ativos para um inativo. Hoje, a gente tem 1 para 1, 120 mil funcionários na ativa e 120 mil inativos”, disse. “Como eles contribuem com 11%, a prefeitura completa com 89%”, calculou. “Cada vez mais estou tirando de todo mundo para pagar aposentadoria.”

Esquerda x direita

O prefeito ainda comentou a indicação de Alê Youssef para a Secretário de Cultura de São Paulo. Ele foi criticado por apoiadores porque Youssef é mais alinhado à esquerda. “Tem que parar com isso de dizer que a pessoa presta ou não presta por ser de esquerda ou direita”, defendeu. “Limpeza de rua não é de esquerda ou direita, vaga em creche não é de esquerda ou direita”, disse Covas, afirmando que o governo é um momento diferente da disputa eleitoral.

Agora na prefeitura, Bruno Covas acredita em um governo plural, para todos. “O governo precisa ser plural, não posso governar só para o meu eleitor”, explicou.

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