Para especialista, aprovação da meta não demonstra força política de Temer

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2016 09h17
Brasil, Rio de Janeiro, 15/02/2011. Retrato da economista Monica Baumgarten de Bolle, que é sócia da Galanto Consultoria, durante entrevista no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. - Crédito:Deisi Rezende /AGÊNCIA O DIA/AE/Código imagem:192379 Deisi Rezende / Estadão Conteúdo Monica Baumgarten de Bolle

 Em entrevista à Jovem Pan, a economista e pesquisadora do Instituo Peterson, em Washington, Monica Baumgarten de Bolle, afirmou que aprovação da meta fiscal não é uma vitória do governo ou tampouco demonstra a força política de Michel Temer: “Foram 16h de discussão no Congresso e é um assunto pouco contencioso. Imagina quando surgirem assuntos contenciosos como a PEC do crescimento dos gastos? Se não fosse aprovada, teria que fazer um contingenciamento forçado dos gastos o que afetaria os próprios parlamentares. É uma vitória que interessa a todo mundo”. Para a economista a força do presidente interino será realmente medida com a votação da PEC.

Monica Baumgarten de Bolle diz que é ingênuo acreditar que o impeachment é a solução da crise política: “O impeachment, a não ser que você seja ingênuo, não é o final da crise política. A crise não seria resolvida pelo afastamento da presidente e tampouco será resolvida quando e se ela for afastada em definitivo. A crise política é a consequência de tudo que foi feito no país, abusos, corrupção, e tudo que vem à tona agora”.

Sobre a composição do ministério de Temer, Monica diz ser uma combinação perigosa e que era previsível a saída de Romero Jucá: “O que aconteceu com ministro do planejamento eram favas contadas. Todo mundo imaginava ser possível acontecer dada a estrutura do ministério do presidente interino. Uma mistura de políticos para garantir apoio na Câmara e no Senado, uma porção de gente citada na Lava Jato sendo investigada, é uma combinação perigosa”.

Por outro lado, a economista aponta que Temer selecionou pessoas técnicas que podem colocar o Brasil nos trilhos no médio prazo: “Uma equipe mais consolidada no lado da economia. Ano passado tivemos um alívio temporário com o Joaquim Levy, que era uma só pessoa. Agora temos um conjunto de pessoas que vão trabalhar com os mesmos objetivos, isso vai dar um alento para que coisas que são urgentes serem feitas”.

A pesquisadora chama de “tragédia” uma meta fiscal na ordem de R$ 170,5 bilhões, mas diz que o déficit demonstra a realidade do estrago sofrido pelo país nos últimos tempos. Para Monica, a situação de um modo geral, continua tão complexa quanto estava antes.

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