Peemedebistas que insistirem em ficar no governo serão expulsos do partido

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2016 12h25
Valter Campanato / Agência Brasil Convenção Nacional do PMDB

 O PMDB decidiu ir para oposição, entregar os cargos no governo e se preparar para a carreira solo. O objetivo cada vez mais claro é o de assumir a presidência da República, já que com uma candidatura em 2018 não poderia continuar no governo. Em 30 dias essa opção será oficializada e quem insistir em ficar no governo será expulso do partido, com exceção de Michel Temer, que é o vice-presidente.

Para a ministra da Agricultura, Katia Abreu, deixar o governo assim é como abandonar o barco no momento do naufrágio. A senadoria Rose de Freitas (PMDB-ES) disse que a decisão não foi correta e que faltam propostas: “Não é para brigar por cargo não, é para dizer as regras. O país na maior crise da história e o PMDB disse que vai ter 30 dias para ler as moções, é uma coisa surrealista. Para sair do governo vão dizer que está saindo porque o barco está afundando, porque a pior sensação que tem é a da traição, mas se quer sair, tem que sair dignamente, explicar que não vamos ficar porque a política econômica tem sido de total ausência de decisões”.

O ex-ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, alerta que não é traição: “Será que trai quem resolve ser sincero e dizer ‘olha acho que está na hora da gente rever’, a gente vai para uma DR, falar abertamente olhando nos olhos, do que permanecer em uma situação que não corresponde à realidade? Prefiro essa hipótese, prefiro olhar nos olhos e falar pelas razões que são conhecidas, e se não forem a gente explicita, que nós temos cada um caminhar seu caminho. Isso é o que PMDB vai decidir em 30 dias, o que faz, se vai em uma direção ou se vai na outra”.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) avalia que a posição do partido é a de seguir o fluxo: “O PMDB se posicionando sobre vários aspectos, votando no que é importante para o Brasil e rejeitando o que entendemos que não é bom para o País no momento. O PMDB não tem atrelamento direto a qualquer tipo de posicionamento do governo. O PMDB vai analisar cada caso e votar discutindo com suas bancadas, seu diretório, sua executiva, que posicionamento deve tomar”. Ao seu questionado se esse é o fim do governo Dilma, ele responde que não e que se trata de “um bom começo para o PMDB”.

A convenção do PMDB foi programada para ser rápida, apenas com representantes dos estados, sem as tradicionais caravanas numerosas, que lotavam as reuniões do partido. Mas tudo indica que o PMDB já não é mais governo, apenas a oficialização que ficou para depois.

Informações do correspondente da Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade.

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