Flávio Figueiredo comenta as possíveis causas da tragédia em MG e o que poderia ter sido feito para evitá-la

Engenheiro civil comenta as possíveis causas do rompimento da barragem em Brumadinho e o que poderia ter sido feito para evitá-lo

  • Por Branca Nunes
  • 03/02/2019 20h42 - Atualizado em 03/02/2019 21h14
Lincon Zarbietti/Estadão Conteúdo Lama chega a 10 metros de profundidade em alguns pontos da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais

“Manutenção não tem placa de inauguração”, resumiu o engenheiro civil Flávio Figueiredo, no programa Perguntar Não Ofende, ao comentar as possíveis causas do rompimento da barragem em Brumadinho e o que poderia ter sido feito para evitá-lo. “Por isso os governantes se interessam mais em inaugurar viadutos e obras de pavimentação do que em arrumar o que precisa ser consertado e tomar medidas de prevenção”.

Conselheiro do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP), Figueiredo lamenta esse tipo de pensamento, que leva a acidentes graves. “Apertar um parafuso pode arrumar uma cadeira que está bamba, mas se você não faz isso, o problema aumenta e ela quebra”, exemplifica. “A pequena manutenção consome muito pouco”.

Segundo Figueiredo, em vez de apenas procurar os culpados, é necessário também analisar detalhadamente a legislação vigente, que muitas vezes exige o dispensável e esquece de cobrar o que é essencial. Para ele, também é preciso coragem do poder público para tomar medidas drásticas, como esvaziar uma cidade quando é detectada a possibilidade de um desmoronamento. “Não é no momento crítico que precisamos agir, mas antes dele acontecer”, diz.

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