Procurador da Lava Jato critica acusações de que vazamentos têm origem no MP

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2017 07h51
CURITIBA, PR, 04.03.2016: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Carlos Fernando dos Santos Lima - Coletiva de imprensa na Polícia Federal de Curitiba-PR, sobre a 24ª fase da Lava Jato denominada Aletheia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (4) pela Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Participam da coletiva o Superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira Franco, delegado da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula e O auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima. (Foto: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress) Reprodução/PF Carlos Fernando dos Santos Lima

Um dos principais nomes da força-tarefa da Lava Jato defendeu o fim do sigilo nas delações da Odebrecht.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima deu a declaração na manhã desta quinta-feira (09) após palestra na Câmara Americana de Comércio na Zona Sul de São Paulo.

Ele disse que os integrantes do Ministério Público ficam incomodados com a acusação de que vazamentos da operação tenham origem no MPF.

Por esse motivo, mesmo podendo prejudicar as apurações, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima avaliou que talvez seja melhor levantar o sigilo. “O que nos incomoda na Lava Jato são as acusações fáceis de que os vazamentos têm origem no Ministério Público”, disse.

O procurador disse ainda que as delações devem apontar para uma nacionalização da Lava Jato. Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que as investigações devem sair do eixo Rio-São Paulo-Brasília.
Na palestra, Carlos Fernando dos Santos Lima falou que o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção não é mais suficiente para conter os problemas do sistema político.

O procurador afirmou que é preciso mudar todo o sistema de financiamento eleitoral. “Nós temos um sistema político corrompido. Uma política que se financia através da corrupção. Precisamos ir além disso e mudar a forma pela qual se financia a política no Brasil”.

O procurador declarou ainda que o País agora parece reconhecer que corrupção e violência estão ligadas e geram situações como as de massacres em cadeias e do caos que o Espírito Santo atravessa.

Dentro desse cenário, ele afirmou também que não adianta querer parar a Lava Jato com o pretexto de melhorar a economia porque se os atos ilícitos continuarem, o ambiente de negócios vai se deteriorar novamente.

*Informações do repórter Tiago Muniz

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