Surto de doença viral infantil preocupa pais e lota hospitais

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2016 14h04
Pedro Ventura / Agência Brasília Vacina de Gripe

 O surto de H1N1 une forças com doenças respiratórias comuns nesta época do ano em crianças e superlota os já cheios postos e prontos-socorros de São Paulo. As que mais têm preocupado, além da influenza A, são a bronquite e a bronquiolite aguda. Essa última, mais grave, é a principal causa de internações, até em hospitais particulares, como o São Luiz. Quase todos os leitos estão ocupados pelos casos.

A bronquiolite viral é uma doença própria de bebês de até dois anos. Adultos e crianças maiores contraem bronquite. Os sintomas iniciais se parecem muito com os de um resfriado. Tosse, um pouco de febre, indisposição e um chiado no peito.

Depois de alguns dias, a inflação nas vias aéreas menores do pulmão evolui e faz com que o bebê tenha dificuldade de respirar, esclarece a pediatra Kelly Marques Oliveira: “Têm casos que o bebê precisa respirar com ajuda de aparelhos e ficar na UTI em casos mais extremos”. Portanto, em casos graves, a doença pode matar. A notícia boa é que 90% das vezes, as ocorrências são leves.

Mas no Hospital infantil Menino Jesus, a impressão das enfermeiras é que neste ano o vírus sincicial respiratório, principal causador da doença, está mais agressivo. Segundo os médicos, como Kelly Marques Oliveira, isso não passa de uma impressão. O aumento de casos já era esperado para essa época do ano: “Ela vem todos os anos, mas a mudança do H1N1 predispõe a outras doenças virais e acaba que os hospitais ficam lotados”.

São Paulo já registra 91 mortes e 715 casos de influenza A, o que gera também uma corrida grande, e às vezes desnecessária , ao sistema de saúde, explica o secretário da Saúde, David Uip: “São Paulo tem quatro epidemias: dengue, chikungunya, zika e H1N1, e os afluxos nos hospitais aumentaram”.

Em alguns casos, a bronquiolite aguda pode ser mais perigosa até que a gripe A. Para a influenza há, ao menos um antiviral, o Tamiflu, como ferramenta de combate, alerta a pneumologista Juliana Miguita de Souza: “Acaba sendo até mais agressivo, mais difícil o tratamento, porque precisamos que o organismo da criança reaja contra o vírus. Não adianta entrar com remédio, antibiótico para combater o vírus”. A médica também explica que não existe vacina para a população: “Existe só uma vacina, que é um anticorpo monoclonal, para crian&cce dil;as que tem doenças pulmonares crônicas, mas para a população geral não tem vacina”.

Cerca de metade dos bebês que contraem bronquiolite desenvolvem asma na infância.

Reportagem: Carolina Ercolin

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