Transferências de imóveis da Bancoop para OAS eram coercitivas

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2016 07h47
Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas São Paulo Prédios em São Paulo

 O Ministério Público de São Paulo ouve donos de imóveis da Bancoop para entender o processo de transferência à construtora OAS. Segundo a promotoria, 8 dos 15 condomínios inacabados foram passados à empreiteira e o número de prejudicados pode chegar a 6 mil. Os promotores querem saber se houve algum tipo de irregularidade ou fraude no procedimento de transferência. De acordo com o MP, o dinheiro que deveria ter sido aplicado na construção dos imóveis foi desviado para campanhas do PT. Faz parte da relação de empreendimentos o Condomínio Solaris, onde está o triplex que pode ter sido usado pela família do ex-presidente Lula.

O conselheiro da Associação de Vítimas da Bancoop, Marcos Migliaccio, afirma que alguns proprietários chegaram a ser coagidos: “Duas mil unidades saíram da Bancoop e foram para a OAS. A irregularidade está na transferência sob coação das vítimas. Era ‘ou aceita ou sai fora’. Grupos de pessoas de seccionais e aliados da Bancoop provocaram reuniões e não deixaram as vítimas entrar. No Colina Park conseguimos anular judicialmente uma transferência apara a OAS do empreendimento inacabado porque os desembargadores entenderam que foi sob fraude, já que as pessoas foram impedidas de entrar”. Marcos Migliaccio lembra que os proprietários do Solaris tiveram apenas 30 dias para definir se aceitariam ou não a transferência à OAS.

Uma das vítimas, Daniel Carvalho, diz a Anderson Costa que no condomínio onde mora, no Jardim Anália Franco, a entrada da empreiteira foi impedida: “Sabíamos que tinha algo de errado porque até os valores eram absurdos, a forma como já acontecia junto da OAS com outros empreendimentos. Isso tudo deixou muito claro que seria mais um problema para o empreendimento”. A publicitária Nelci Warken era proprietária de uma das unidades deste condomínio no Jardim Anália Franco, na Zona Leste de São Paulo.

A reportagem da Jovem Pan tentou contato com a construtora OAS, mas não obteve resposta.

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