Três em cada dez devedores emprestaram o nome para parentes e amigos

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2015 13h08
Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo IBGE para medir a inflação oficial do Brasil

 De cada dez devedores, três estão inadimplentes por emprestar o nome ou o cartão de crédito para amigos e parentes. E 25% dos consumidores que procuram limpar o nome juram que nunca mais irão ceder aos pedidos. Atualmente, Serasa e Boa Vista Serviços tem 57 milhões de pessoas negativadas, sendo 15 milhões atrelados a terceiros.

A auxiliar de produção, Maria de Fátima da Silva, expressa o desejo de quitar as dívidas: “Eu emprestei meu nome para a minha prima e eu não sabia que ela não estava pagando e Eletropaulo. Foi a primeira e última vez que empresto o nome”. Já a cozinheira Adriana Ribeiro conta o que sente: “É horrível, a gente se sente praticamente suja”.

Nos feirões, 70 % dos inadimplentes devem à Eletropaulo que, na renegociação, não cobra juros e parcela a dívida.

O responsável pela Vivo, Alexandre Soares, explica que o mutirão “Acertando suas Contas” tem como objetivo negociar ao máximo: “A gente faz uma ótima proposta para conseguir fechar a negociação”.

Em média, quem se arrependeu de emprestar o cartão de crédito ou cartão da loja tenta regularizar a situação após três anos.

O advogado Arthur Rollo, especialista em defesa do consumidor e consultor da Jovem Pan, orienta a não emprestar nome nem cartão: “A recomendação é nunca assumir uma dívida no lugar de outra pessoa porque, se ela não pagar, você vai ficar obrigado e não tem choro”.

Segundo Serasa e Boa Vista Serviços, a minoria tinha conhecimento dos valores gastos em seu nome por parentes ou conhecidos. Em caso de falecimento do titular, a dívida não é repassada aos familiares, mas, caso haja herança, o valor pode ser abatido.

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