Trump nomeia Jeff Sessions como secretário de Justiça

Jeff Sessions - EFE

Ferido politicamente pelos ataques ao judiciário, Donald Trump ganha importante reforço para conseguir legitimar o veto à entrada de imigrantes e refugiados.

Desde que os primeiros juízes suspenderam, por meio de liminares, a ordem executiva assinada por ele, o republicano passou a atacar os magistrados.

Chegou a dizer que eles eram politizados e que até alunos ruins do ensino médio legitimariam o decreto, que proíbe a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

Mas o contra-ataque da classe jurídica saiu de alguém que Trump não esperava: Neil Gorsuch, indicado pelo presidente para a Suprema Corte do país.

O senador democrata Richard Blumenthal afirmou a jornalistas que Gorsuch considerou os comentários de Trump desanimadores e desmoralizantes.

Os comentários foram feitos em um encontro do juiz com o parlamentar, o que é de praxe, já que Gorsuch necessita do apoio dos senadores para ir à Suprema Corte.

Em vez de minimizar o caso, Trump decidiu atacar Blumenthal, afirmando, no Twitter, que o democrata deturpou os comentários do magistrado.

Nesta quinta-feira, o republicano conseguiu enfim empossar o novo procurador-geral da república, que também acumula a função de secretário de justiça.

Jeff Sessions, de 70 anos, passou por uma das confirmações mais difíceis pelo senado americano.

Ao empossar Sessions, Trump disse que o dia dos bandidos e traficantes acabou. “Uma nova era da justiça começa agora”, disse o republicano.

O novo secretário exercia o cargo de senador pelo estado de Alabama.

Nos anos 80, Sessions foi processado por comentários racistas contra um advogado negro e à época não conseguiu ser nomeado para juiz federal por causa do episódio.

Apesar do discurso voltado à segurança pública, ele sabe que o primeiro grande desafio na secretaria é defender com unhas e dentes o fortemente contestado decreto anti-imigração de Trump.

*Informações do repórter Victor LaRegina