Violência na Paulista: as poucas respostas do poder público

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2015 19h55
Adailton Damasceno/Futura Press/Folhapress Folhapress

Reinaldo Azevedo abordou na quarta-feira (23), em “Os Pingos nos Is”, o problema da permanência de supostos moradores de rua no quadrilátero entre a Av. Brigadeiro Luís Antônio e a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, na Av. Paulista, em São Paulo. Os transeuntes, pessoas que trabalham na região e frequentadores de bares e lanchonetes estão sendo alvos de abordagens agressivas e, com frequência, sendo agredidas mesmo. “Estão privatizando a Paulista e impedindo os trabalhadores de exercer seus direitos”, disse o jornalista, ao cobrar um posicionamento das autoridades.

No ar, Azevedo cobrou uma resposta do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes; da secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura, Luciana Temer; do secretário municipal de Segurança Urbana, Ítalo Miranda Júnior, e do subprefeito da Sé, Alcides Amazonas.

Só Moraes respondeu imediatamente ao convite. Houve um reforço do policiamento na área. Azevedo contou ter presenciado uma briga envolvendo um morador de rua e o cliente de uma lanchonete e alertou que comerciantes, clientes e pedestres “estão expostos a riscos” – em alguns casos, até de vida. “Crianças estão sendo usadas para pedir coisas, que depois podem ser trocadas, inclusive, por drogas”, alertou.

Em resposta, a Subprefeitura da Sé enviou um comunicado por e-mail nesta quinta-feira (24) informando que, dentro de suas atribuições de zeladoria na região central de São Paulo, realiza o recolhimento de objetos que caracterizem a permanência das pessoas no local. Leia a íntegra da nota, conforme foi redigida:

SEGUE ÍNTEGRA

A Subprefeitura Sé vem através deste comunicado, informar que dentro de suas atribuições de zeladoria na região central de São Paulo, realiza diariamente o recolhimento de qualquer tipo de objeto que caracterize permanência no local, como por exemplo: colchões, barracas, cobertores, fogareiros, etc.

Em toda a extensão da avenida são realizadas oito limpezas diárias e lavagens com água de reuso de acordo com a necessidade.

Diariamente são feitas ações para retirada de material e desobstrução do passeio e encaminhamento de pessoas em situação de rua pelos agentes das Subprefeituras. Somente na área da Subprefeitura da Sé em média são recolhidas diariamente seis toneladas de restos de barracos, tendas, móveis e objetos abandonados por moradores em situação de rua.

Reiteramos também que o Subprefeito Alcides Amazonas esta a disposição para esclarecer em alto nível qualquer informação que seja de relevância pública a emissora.

Pesquisa

Pesquisa feita em parceria entre a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e a Prefeitura de São Paulo apontou que, só neste ano, na capital paulista foram contabilizados 15.905 moradores de rua. Mais da metade (52%) está na Subprefeitura da Sé, região à qual pertence a Paulista.

Azevedo questionou no ar por que, então, esses supostos moradores de rua não estão sendo encaminhados para albergues e se há vagas pra todos eles, mas a Prefeitura não respondeu.

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