‘Gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente’, diz Bolsonaro sobre presos

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2019 13h49 - Atualizado em 31/07/2019 14h09
Marcos Corrêa/PR 62 detentos morreram no confronto entre facções no Pará

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu, nesta quarta-feira (31), o trabalho forçado para presos no Brasil. Ele disse que essa é uma cláusula pétrea da Constituição, ou seja, que não pode ser alterada, mas que seria seu “sonho” um presídio agrícola no país.

“Eu sonho com um presídio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente, mas não pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos nem quer que sejam mortos, mas é o habitat deles, né?”, declarou o presidente.

Questionado sobre os quatro presos que estariam envolvidos no confronto de Altamira, no Pará, e acabaram mortos na noite desta terça-feira (30) em um caminhão, durante transferência para outro presídio,  ele respondeu que “problemas acontecem”, mas que os detentos morreram porque, “com toda certeza, deviam estar feridos”.

“Porque uma ambulância, quando pega uma pessoa até doente no caminho, ela pode vir a falecer. O que eu pretendo fazer? … Pessoal, problemas acontecem, está certo? Se a gente puder, eu vou conversar com Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública nesse sentido”, continuou Bolsonaro.

Ele disse que sente pena dos familiares das vítimas do conflito, e defendeu que haja mais “autoridade” em cima dos presos. “A gente espera que seja resolvida essa questão. Se a gente pudesse obrigar o trabalho, mas se pudéssemos ter uma autoridade em cima do presidiário, como o americano tem, seria muito bom para nós”, finalizou.

Mortos

Com as mortes destes quatro presos, o número de vítimas do confronto entre facções no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, sobe para 62 pessoas, maior chacina relacionada a presídios do país neste ano.

*Com Estadão Conteúdo

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