Guaidó reforça anistia a militares e diz: ‘Bem-vindos ao lado certo da história’

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2019 12h43 - Atualizado em 23/02/2019 13h58
Agência EFE O presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó

O presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, fez um apelo neste sábado (23) aos militares venezuelanos. Ele garantiu anistia aos integrantes do Exército que estão “dispostos a receber [a ajuda humanitária] e a ajudar o povo venezuelano”. “Bem-vindos ao lado certo da história.”

Guaidó afirmou que “ainda há quem pretenda bloquear a passagem” da ajuda humanitária, “gerando violência”. O presidente autoproclamado disse também que a ação é “pacífica”, porém “firme”, para salvar os venezuelanos.

“A ajuda vai chegar à Venezuela”, afirmou Guaidó, que está na colômbia, onde se reuniu com o presidente do país, Iván Duque, e com o presidente chileno, Sebastián Piñera.

Mais cedo, Guaidó convocouos venezuelanos para uma mobilização em massa pelas ruas do país. O objetivo é  pressionar as Forças Armadas [FANB] a deixar que caminhões com doações de cunho humanitário entrem no país. “Vamos em paz, sem violência e com determinação de mudanças para exigir que a ajuda humanitária entre”, escreveu ele no Twitter.

A fronteira da Venezuela com o estado brasileiro de Roraima foi fechada pelo ditador Nicolás Maduro na última quinta-feira (21). Neste sábado, o Brasil envia 200 toneladas de alimentos (como arroz e leite em pó) e kits médicos (com antibióticos e analgésicos), comprados em parceria com os Estados Unidos.

O primeiro caminhão, que contém entre 6 e 7 toneladas, já chegou à Pacaraima, cidade que faz fronteira com o vizinho venezuelano. Um segundo veículo parou no meio do caminho por conta de um pneu furado. Os veículos são conduzidos por venezuelanos, como regra estabelecida pelo governo brasileiro.

Os caminhões deixaram Boa Vista (RR) logo cedo e vivem a expectativa de atravessar a fronteira ainda hoje.

Até agora, três membros da Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB) abadonaram o apoio ao ditador Nicolás Maduro, conforme relataram autoridades colombianas. Responsáveis pelo bloqueio da região, os militares se renderam a um grupo civil que tentava atravessar a fronteira. A FANB não se pronunciou sobre o assunto.

‘Expectativa que liberem’

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou neste sábado (23), em coletiva de imprensa, que o governo tem a expectativa de que os militares que estão na fronteira entre Brasil e Venezuela vão liberar a passagem da ajuda humanitária.

Araújo afirmou, ainda, que não há a intenção de um confronto. “Se não abrirem [a passagem para os carregamentos], vamos consultar os representantes venezuelanos e as autoridades de segurança brasileira para ver o que vamos fazer com esse carregamento”, disse o ministro. “Não temos indícios nem intenções de que a situação chegará a esse ponto e acreditamos que isso não vai acontecer.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.