OMS: Cerca de 20 mil médicos e 5 mil enfermeiros abandonaram a Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2018 17h27
EFE Mais de 3 milhões de venezuelanos já deixaram o país, que vive crise

A Venezuela perdeu 20% da capacidade de atuação do sistema de saúde a partir da crise que o país enfrenta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20 mil médicos e 5 mil enfermeiros abandonaram o país sul-americano, aprofundando os problemas locais.

“Estimamos que, em comparação com a sua dimensão original, o setor está operando com uma capacidade de 80%”, disse o diretor-geral da agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Também vimos o aumento da malária e outras doenças. Estamos ajudando com compra a determinados setores, como vacinas, e temos canais abertos com o governo”, indicou. A OMS também está dando assistência a migrantes no Peru, Brasil, Colômbia e Equador.

Tedros indicou que a meta da agência é preencher as lacunas deixadas pela crise e também pedir o compromisso do governo para garantir recursos à saúde primária. Na semana passada, a ONU começou a prestar ajuda humanitária dentro da Venezuela.

Dos US$ 9,5 milhões enviados pela ONU ao, a maior parcela está indo para a OMS. A agência terá US$ 3,6 milhões para gastar no fortalecimento de hospitais, ajudar a pagar salários de profissionais da saúde e até mesmo na compra de remédios.

Menos médicos

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) aponta que um a cada três médicos venezuelanos já deixou o país, controlado por Nicolás Maduro. Em 2014, estavam registrados 66,1 mil profissionais. Atualmente, o total chegou a cerca de 44 mil.

Ao mesmo tempo, a população local sofre com uma explosão no número de casos de aids, malária, tuberculose, sarampo, difteria e outras doenças. A mortalidade infantil regrediu em 40 anos e a escassez de alimento faz com que idosos percam 16 quilos por ano.

Migração

Em balanço divulgado no começo de novembro, a ONU apontou que pelo menos 3 milhões de pessoas deixaram a Venezuela a partir da crise. A maior concentração de migrantes está na Colômbia, enquanto o Brasil recebeu 85 mil.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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