Ricupero diz que entrada do Brasil na OCDE não acrescenta grande coisa: ‘Jogada de public relations’

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2019 09h34
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo Para ele, a notícia é “uma jogada de ‘public relations’ para dar conteúdo a uma visita que tem conteúdo modesto”

A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, confirmou nesta terça-feira (19) que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro concordou em abandonar o status de tratamento especial na OMC (Organização Mundial do Comércio) como contrapartida pelo eventual apoio ao ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ex-ministro da Fazenda e ex-embaixador em Washington, Rubens Ricupero, negou que a contrapartida tenha sido vantajosa e indagou sobre a importância da OCDE. Para ele, a notícia é “uma jogada de ‘public relations’ para dar conteúdo a uma visita que tem conteúdo modesto”.

“Questão que se deve indagar é qual a vantagem de entrar na OCDE? Ela é uma entidade como outras, isso tem sido apresentado como grande ganho do país, mas não é verdade. Não acrescenta grande coisa”, disse.

Ricupero usou o México como exemplo: “faz parte da OCDE há 15 anos e nem por isso cresceu mais que o Brasil, não atraiu mais investimentos que o Brasil. Somado a isso, a entrada na OCDE vai requerer alteração de mais de 17 leis no Brasil. Nada disso é fácil. O Congresso brasileiro é extremamente lento, complicado na aprovação de medidas”.

O ex-embaixador também criticou as concessões brasileiras feitas sem nenhuma contrapartida por parte do governo dos Estados Unidos.

Confira a entrevista completa com o ex-embaixador Rubens Ricupero:

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