PSDB e DEM reveem estratégia e desistem de ir ao STF contra habilitação de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2016 18h54
Brasília - O Senador Aécio Neves dá entrevista após reunião de líderes partidários no Senado para discutir a criação da comissão especial do impeachment (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Senador Aécio Neves (PSDB) - ABR

O PSDB e o DEM desistiram de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestar a decisão que manteve Dilma Rousseff habilitada a exercer cargos públicos mesmo depois da cassação de seu mandato 

Depois de anunciarem que recorreriam ao STF contra a polêmica votação articulada por PT, Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, as cúpulas dos dois partidos se reuniram no fim desta tarde e decidiram rever a estratégia. 

Desistindo de ir ao STF, PSDB e DEM não dão brechas para que o Judiciário reavalie todo o processo – o que, certamente, ajudaria o PT e lançaria a primeira grande instabilidade política sobre o presidente Michel Temer.

A polêmica começou na manhã desta quarta-feira, quando o presidente do STF tomou uma controversa decisão momentos antes da votação final do impeachment no Senado. Ricardo Lewandowski acatou um requerimento apresentado pelo PT e dividiu o pleito desta quarta em duas partes: uma para julgar a perda de mandato e outra para votar a inabilitação de Dilma para o exercício de cargos públicos pelo prazo de oito anos.

O problema, no entanto, foram os resultados das votações: a petista perdeu o mandato (por 61 votos a 20), mas se manteve habilitada a continuar exercendo cargos públicos – já que eram necessários 54 votos favoráveis à inabilitação, e a oposição só conseguiu 42.

Isso significa que, ao contrário do que aconteceu com Fernando Collor de Mello, em 1992, Dilma poderá se eleger a cargos públicos quando quiser – sem precisar esperar pelo término do “gancho” de oitos anos comumente imposto a presidentes depostos.

A “vitória” do PT na segunda votação expôs, logo de cara, um foco de tensão entre PMDB e Michel Temer – já que oito integrantes do partido, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros, votaram a favor do impeachment, mas contra a inabilitação de Dilma.

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